segunda-feira, 28 de março de 2011

Sujeira

Bom dia, senhor, diz o porteiro ao morador...
Bom dia, doutor, diz o pedreiro ao engenheiro...
Tem um trocado aí, senhor? Diz o menino pedindo...

As fortalezas com vidro elétrico que andam pelas ruas sempre protegem o terno bonito do moço.
Sempre até o dia em que um desses porteiros, meninos, pedreiros se cansam de dizer tanto doutos e senhor, em bons  modos forçados e fingidos, que eles nem entendem.

Se cansam de ver passar por seus olhos a ostentação que também não sabem o que é, mas que sentem, e decidem pegar esse terno encubado numa 4x4 e manchar com sangue sujo, que é pra não sair mais.

Mas Pobres dos meninos, não sabem que moço arrumado já tem máquina de lavar roupa com alvejante especial que deixa novo o terno sujo do cidadão.

3 comentários:

  1. Não sei do que eu gostei mais: se é do ritmo do texto, da arrumação das palavras ou da evolução de uma ideia tão clara e amarrada.
    Adorei.
    Parabéns!

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  2. Não gostei. Comentei só pra fazer caridade ... HAHAHAHAHAH, tô gastando. Curti ! Gostei do ritmo e do final meio trágico. Texto bom é texto mórbido ! HAHAHA

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